15 de agosto de 2008

Nada Além



Por que as coisas me doem tanto?Talvez por eu não ser capaz de esquecer. De me esquecer de qualquer tipo de lembrança, seja ela boa ou má. Será meu karma as lembranças, a memória? Quando digo memória não é tão só apenas a visual, mas também a auditiva e principalmente a sensitiva. Ou se não por ter medo de enfrentar essas memórias, tanto passadas quanto as futuras, de encarar algo novo, tenho pavor do novo.
Também há a minha imaginação, fértil, maluca, frenética e perversa comigo própria. Esta que só me diz coisas más, só me faz maldades, só me mostra horrores. É um mundo de coisas, de traumas e temores.
Eu te perguntei se você queria mesmo ir, claro que sabia que você não queria ir, mas eu perguntei isso a fim de que você disse-se que sim, por pura piedade. Piedade de mim. Eu precisava que você fosse. Isso tudo porque no fim eu sempre preciso de algo, de alguém. Tão incapaz.
Você desconfiou, achou algum truque meu, achou que talvez fosse um teste, ou alguém mesmo que não quisesse que você fosse. Você está ficando igual a mim, cheio de melindres e desconfianças. Mas sabe que agora acho que talvez você estivesse certo, de uma forma indireta, sem saber estava fazendo sim um teste, a fim de atestar a minha insuficiência. Então era isso, foi isso, é isso. Eu, tão incapaz de ser só. Mas sempre capaz de desconfiar sozinha.