27 de fevereiro de 2007

Vai uns picos?

>>Escuta: Lígia - Tom Jobim
>>Pensa: Vacinas sucks
>>Sente: Picadinhassss
>>Sonho do dia: Ser a Bela Adormecida


Oba, vamos tomar vacinas. Eu sabia que até onde lembrava de minha pequena existência nunca havia tomado vacinas e suspeitava quando minha mãe dizia que sim. Hoje soube o porquê. A última vez havia tomado uma vacina foi em 91, eu tinha dois anos. Sem contar que das oito vacinas que se toma até um ano de idade eu só havia tomado três. Boa média, não?
Então lá vou eu em direção ao posto de saúde que fica a um quarteirão de minha casa cuja todas as pessoas que trabalham lá me conhecem desde que eu não tomo vacinas.
A médica ficou impressionada de como eu ainda possa estar viva, poderia já ter morrido de tétano ou algo do tipo. Ela só sabia dizer: Essa não é uma carteirinha de vacinação comum, não é. Segundo ela nunca tinha visto algo tão vazio. A frase mais cômica foi: Vou dar a da Hepatite B, é muito importante, por causa da transmissão sexual. (Pff..)
Ta e lá fui eu. Duas no braço direito e outra no braço esquerdo. Não que doa, porque de fato é só uma picadinha que nem incomoda muito, mas agora, o pós vacina é chato. Essa droga arde, sabiam? Arde mesmo. E daqui um mês eu volto.


Aventuras radicais! Uhullll

12 de fevereiro de 2007

Uuuu...

>>Escuta: Diana Krall - várias músicas de Ray Charles interpretadas por ela
>>Pensa: Odeio espinhas
>>Sente: Espinhas?
>>Sonho do dia: Não ter espinhas nunca mais!


Cry, Cry, Cry

Com cautela, olha fragilizada o céu. Quando criança sua inocência era de mulher. E agora que já é quase uma, sua inocência é de criança que ainda mama e é dependente. E ela tenta crer no futuro, mas ele ainda não se fez. Logo, tenta se manter no presente, que insiste em fugir. E como tijolinhos cruzados e com desenhos detalhados seus segundos vão sendo traçados. Nada apareceu de novo. Nada se criou. Nada descobriu. E ela foi se descobrindo com o vento que vinha. Nada era voluntário. Agora já tinha um pouco mais de toque nos dedos e unhas feitas. Mas ainda era com ansiedade que esperava a vida se tornar vida. Ainda era com desprezo que contava seu nome. Como já nada mais esperava tudo se tornava diferentemente do antes. Era feito música enlaçada que ela olhava, e disfarçava: como pianista inventor.
Tocava em cada objeto como instrumento novo: como se a cada toque saísse uma nota nunca antes ouvida. E assim ela se fazia sozinha. Como em uma melodia sem fim e contínua, sua anti-vida seguia.
Debruçou-se na janela. Viu a nuvem negra e carregada aproximar-se do Sol radiante. E viu que em um instante tudo poderia mudar: o vento era forte. Havia pedaçinhos do céu livres onde só se via o azul do bebê que nunca teria. Então era ela: nua na janela e sem nada para prever. Sem previsões de tempo bom ou ruim. De suas mãos saiu um leve suor que fez deslizar um pouco: logo o vento secou e lhe arrancou mais um pedaço que lhe cobria. Sentiu o cheiro do cachorro que nunca vira, mas que sabia que existia na casa ao lado. O imaginou: tamanho médio, fora de forma, cansado, pêlos grossos e lisos e embaraçados; sujo, muito sujo.
Logo após ter feito o retrato do cão em mente pensou em como gostava de errar e de como não gostava de quando não a deixavam errar. E principalmente se fizessem de forma brusca. – Oras como iria se descobrir assim? Logo, era só ela, seus pensamentos desconexos, vento, nuvens negras, sol radiante e um cachorro sujo. Essa era a paisagem de seu presente. E como construir a paisagem do seu futuro sem elementos? Ela até poderia criar em mente mil sensações: todas passageiras. Não era do que precisava ou gostaria. Precisava de visões concretas. Não poderia viver seu futuro, por mais que o imaginasse, não iria vivê-lo. Tudo se fez real no mento dessa breve percepção. Mas logo a sensação de sossego passou: outra pergunta lhe veio – Quando iniciaria o futuro? Oras, já era pensar de mais. Já eram graves essas questões medíocres. Cansara-se de mais naqueles instantes inertes. Apenas amoleceu o corpo que foi caindo suavemente sobre a cama. E lá, adormeceu, sem que notasse que o futuro se fazia presente.

11 de fevereiro de 2007

Deixa vir a moça

>>Escuta: Morena - Los Hermanos
>>Pensa: Coisas, cosias, coisas...
>>Sente: Boca machucada pelo aparelho fixo
>>Sonho do dia: Fazer 17


Aos 18

18 coisas para pensar e sorrir
18 assuntos para se refletir
18 fatos para não esquecer
18 motivos para viver
18 amores para lamentar
18 confissões para perturbar
18 problemas para se solucionar
18 amizades para se preocupar
18 mentiras para desvendar
18 dores para cobrir
18 angustias para sofrer
18 causas para ganhar
18 refeições para degustar
18 aromas para sorrir
18 escritores para seguir
18 filosofias para questionar
18 olhares para entender
18 nadas para viver.

10 de fevereiro de 2007

+ 1

>>Escuta: Os Pássaros - Los Hermanos
>>Pensa: Um segundo
>>Sente: Uma vida
>>Sonho do dia: Não usar aparelho


O caminho das formigas

Há formigas por tudo, por toda parte.
Há formigas no tapete
Na mesa, na sala de estar;
Formigas nos livros
Nos pratos e dicionários
Elas andam,
Fazem seu rastro para que outras saibam
Que por ali essas patinaram
Há formigas nas camas,
Por entre os lençóis
E as paredes infiltradas.

Fui às observando na escrivaninha
Olhei escondida todo o seu trabalho:
Árduo e doloroso.
Vi sua força e seus métodos
Fiquei senssacionalizada
E perplexa
Cada uma delas, tão organizada
E claro, objetivas
Formigas são sábias
Principalmente as que estão
No meu achocolatado



*Neste poema há neologismo

8 de fevereiro de 2007

A Maldição... que nem é tão maldita assim

Ok, Rafael.
Eu não tenho manias ou vícios (até onde sei, ou me lembre) e nem bilhetes na geladeira. Logo, só me resta dizer as coisas favoritas que por sinal são realmente muitas ao contrario do que muitos possam imaginar.
- Ouvir música
- Cantar
- Escrever
- Jogar papo fora com os amigos
- Comer chocolates

Sem muito que explicar. É, foi simples!
E claro, não está na ordem porque eu seria incapaz de classificar.

Como sempre por ser muito boa ninguém precisa fazer o mesmo.

3 de fevereiro de 2007

One more time

>>Escuta: Here Go Again - Ray Charles and Norah Jones
>>Pensa: Preciso ler mais
>>Sente: Coçeira no braço direito
>>Sonho do dia: Pintar


Não são uma, nem duas, nem três, nem dez. É mais de mil, talvez um milhão de coisas que não compreendo. Algumas não me perturbam, já outras tento decifrar, muitas vezes sabendo que provavelmente nunca obtenha laudo satisfatório.
Não compreendo o porquê do mundo, e isso não ligo. Não compreendo o porquê da vida, isso também já não me importa mais. Não entendo o porquê da maldade, do desamor e da falta de sinceridade. E isso sim me incomoda. Talvez me incomode por saber que não sou eu quem vai “arrumar” essas coisas; ou talvez porque eu sei, no fundo da minha pseudo-sabedoria, que deve ser assim por motivo nenhum. Passei a desprezar os motivos pelo qual a vida se torna ela. Passei a viver pela vida, já que ela não vai ser feita só. Vi que maldição todos tem e são aprisionados por suas mentes que não chegam a ponto algum: Que não foge do que vemos. Notei sentindo no tecido que cobre meus esqueletos que provavelmente não precisamos de um por que, ou um motivo maior.
Andei pensando que precisamos de coisas para gostar e desgostar, para que possamos escolher e fazer com que esse peso de viver se torne mais leve. Não me importa mais a vida, ou a morte. Não importa mais coisas que vejo de superfície. Só me importa o fazer, o ser, o estar. Só me resta fazer o que achar melhor em cada momento sem se esquecer do passado. Que o futuro não existe. Que ninguém além de você mesmo vai lembrar do passado ou dar valor a ele. E que todos somos perfeitamente normais. E essa é a parte mais chata.
Existem uns que crêem em Deus, Deuses, coisas, energias, outras vidas, forças, mal, bem, verdade, mentira e Nada. Eu me encaixo na fileira do Nada. E nada tenho a dizer sobre isso. Porque isso é só isso e não tem do que se explicar.

1 de fevereiro de 2007

Oras, veja bem, meu Senhor

>>Escuta: Warrior - Matisyahu
>>Pensa: O Rafael Magalhães me cansa!
>>Sente: Cansada?
>>Sonho do dia: Praia. É, ainda não saí dessa


Não a esperava quando apareceu. Era ela toda molhada e ácida. Era meu pranto de mil anos. Era ela: chuva. Que sozinha já era arte bela, mas com o mundo a lhe enfeitar ficava ainda mais completa. Naquele dia não era a primeira vez que caíra. Assim também não era a primeira vez que me acordara antes que dormisse. Mesmo com minhas dores de ouvido pude apreciá-la. Lembro-me agora com susto de todas as nossas aventuras.
Da vez que a senti quando voltara da escola. Em uma das raras vezes que voltara por conta própria. Eu sorria e tentava beber daquela água divina que caía tão espalhada. De como ficara iluminada de tocá-la. Me olhavam na rua que eu fazia questão de andar bem no meio. Admiravam-me, mesmo sendo garotinha que eu ainda era. Não sei bem ao certo quantos anos já completara, mas devia ser por volta dos 12 ou 13.
E como qualquer ser humano que se preze tem minhas histórias de chuva em conjunto. Dessa vez estara na escola. O sinal já havia sido tocado para que saíssemos. Estara muito calor, quente mesmo. Já era horário de verão, apesar desse ainda não vigorar: o verão. Então ela entra em cena. A bela chuva. Meio quente também, escassa, mas muito graciosa. Era nossa famosa chuva de verão: rápida. Caiu e molhou não só a mim, mas também minhas amigas. Estonteamos-nos nas águas da chuva breve, que traz tantas felicidades e histórias.