22 de dezembro de 2006

No fim do infinito

De repente acordo e vejo. Percebo que outras pessoas habitam e
que as antigas já não mais existem. Abro os olhos e me assusto com
as novas faces que vejo. É como se não mais os conhecesse, como
se já ninguém mais existisse. Não é comum ou fácil perceber as
evoluções rápidas dos seres humanos. Eu fico sem entender o que
acontece mesmo sabendo o que ocorre.
A infância passou, seus pais brigam, seus primos quase não os vê e

as velhas amizades ficaram impressas já nas antigas fotos de papel.
Tudo ficou ultrapassado, de certa forma, até você. As coisas ficam
meio sem casa e abrigo, fica tudo meio perdido, meio estagnado.
Eu prisioneira de mim, faço de conta que tudo acabará em um breve
suspiro de adeus. Que nada iremos sentir e de que nada iremos lembrar.
São dessas coisas tolas que vivo. Vivo do pensar. Faço de o meu existir
um breve tentar. Um sopro fino e frio. Tento parecer fria e experiente.
Mentira feia. Só porque escrevo acho que posso domar o mundo.
Oras quem penso que sou? Não sou ninguém e nem deveria ser.
Faço silêncio para que não me percebam. Mas é desse exato modo
que mais sou notada. Para as pessoas apareço ao ficar calada com
minhas palavras. Não entendem bem que pessoas como eu, são assim
mesmo: mudas falsárias. Não perco muito tempo me explicando, deixe
pensem. Pensam tão pouco, deixem-nos com seus breves regurgitos de pensar.
Não gosto de luz ou coisa piscante. Ofusca meus olhos de menina-sem-querer

que sou. Acho que no fim das contas não sou boa com as palavras. Só as uso
de desuso, faço delas minhas escrevas. Uso-as para eu não ser usada e falo
que de delas gosto para parecer um pouco mais...
Não fiz as lições de casa e nem fiquei calada quando deveria. Nunca fui

de me calar, passei a fazer isso só depois de grande. Só depois de velha
fiquei malcriada e medrosa. Não era medrosa e nem puritana. Tornei-me i
sso tudo, fiz de tudo isso meu eu. E agora não existo mais sem esse todo.
Recriei-me depois de já feita moça.
A minha mania de perfeição faz com que eu mesma nunca a seja: a ninguém.

Faz com que eu seja sempre a imperfeita aos olhos alheios. Busco a minha
perfeição, quando deveria procurar a imperfeição dos outros em mim.
Tudo fica tão complexo quando passa por mim. Consigo transformar

tudo em transtorno mental. Faço com que as coisas tomem proporções
maiores. Deve ser para que eu possa me distrair. Fazer com que tudo
passe mais rápido e logo cheque meu fim.
Será mesmo o fim? Não sei, nada sei. Nada há.
Dizem-me alguns que sou vinda de costela de barro e que de nada sirvo.

Outros dizem que sirvo para afazeres domésticos e sexuais.
Outros se calam. Me calo junto. Mas quando dizem esses pensamentos,
grito alto: Não! Não me submeto. Respondia desde o colégio para as
professoras machistas. Não deixava por menos ou mais. Assim como
quando os garotos diziam que era feia eu dizia: Obrigado. – Sempre
fui muito educada! Aprendi sozinha a ironia na pele. Mas a bondade,
certamente, não sei de onde me veio. Minha bondade deve ser fruto
de tudo que passei e não quis. Por saber o quão ruim são as coisas
que tive e não tive não quis para mais ninguém. Talvez meu signo
que tenha determinado isso em mim, nem sei. Aprendi o português
errando e me corrigindo. Assim como aprendi a viver capotando.
Falando do amor e desamor que sinto e como acho que no fim tudo
vai acabar mal, mas eu queria que tivesse fim bonitinho que nem
Vinícius gostaria.
Acabo aqui, dizendo que amor me transborda e ultrapassa meu

ser fraco e frágil. Revolta é do tamanho do meu amor e por isso
ainda grito e gritarei sempre que puder e tiver algum instrumento.
- Que sejam feitas Vossas atitudes.

5 de dezembro de 2006

Se bem sei, nada sei

>>Escuta: I Remember You - Chixdiggit!
>>Pensa: não aguento mais usar aparelho
>>Sente: cabelos sujos quando limpos
>>Sonho do dia: Sei lá


Tudo faz o menor sentido. Não são as coisas que existem e sim o existir que faz das coisas serem o que são. E para eu poder escrever tenho que fazer um monte de outras coisas ridículas como o meu ser. Sentido não há. A escrita deveria ser livre - eu acreditava que fosse, mas não é. Para você poder escrever tem que saber química, física e matemática. Escrever com mais técnica do que alma. Imaginei o oposto, como fui tola. É preciso tantos detalhes, que eu, tão detalhista, logo eu, não notei. Mas que tola sou eu. Finjo não crer nas coisas que leio, finjo não ligar pra realidade que me massacra e passa por cima do meu eu. Calo-me. Como pseudo-escritora que sou, faço da minha breve vida um silêncio de palavras imaginárias que nunca se tornarão palavras. Não é tão fácil ou muito mais difícil do que imaginei. Isso dói. Perceber a ridícula realidade dói. Minhas pernas e tudo mais, não crêem no que sentem. Não sabem por que existem. Tento lhes convencer que no fim o bem vencerá. Elas sabem que minto: que bem? Meus membros são bem menos tolos que o meu cérebro inócuo. Não faz sentido. Deve ser por isso que ainda não seja escritora de fato, sou puro confete velho na rua no fim do carnaval. Já fui tão mastigada, catada e recuspida que não tem mais graça minhas falas. Parece que o mundo já veio pronto de fábrica. Parece-me que o fato é, de que o meu mundo não existiu ainda. Se existiu, passou há tempos, eu fiquei. Como quem fica pra ajudar a varrer as ruas sujas do carnaval do interior. Não faço sentido nem a uma velhinha surda e esclerosada. Mas certamente, essa me entenderia melhor do que qualquer outro ouvinte que tem em pleno funcionamento suas orelhas internas e externas. Faço-me de cega às vezes: é porque assim creio que não me vejam também. Pobre menina que sou. Creio não ser vista porque finjo não ver. Como se isso fosse fato. Sei que não é, mas faço. É essa minha garota meio inocente, meio ciente que faz isso. Ela ainda habita grande parte de mim. Não sou mulher ainda. Talvez ainda seja meio-a-meio. Talvez nada seja.

Respect

>>Escuta: Shake - Otis Redding
>>Pensa: Eba, pareço com um homem!
>>Sente: Que é legal visitar os sites que o koelho acha
>>Sonho do dia: Ver o Sol





Testando todas as minhas possibilidades de ser famosa... (Puff)



Joi soi rebelde!uahuehauehauheuhae
Uma foto tão legal e justo nessa foi a que pareci com gente mais feia...



O legal é que nenhum deles tem alguém em comum.



Mulher do Clinton, ahahhaa
sou chifruda!!!kkkk



Finalmente alguém repetido.
Olha sou um Green Day!
Ráaa, sabia que eu era Rock'n Roll ;)


Cool!
Muita gente tem cara de ovo que nem eu, que bom! :D



*O legal é que o título não tem
nada a ver com nada, que bom!

1 de dezembro de 2006

,Mas é claro!

>>Escuta: Talheres na sala
>>Pensa: nada
>>Sente: nada
>>Sonho do dia: não ter mais nenhuma dor


- Ah, mentira que você não tem namorado...
- Até parece que nenhum cara nunca gostou de ti
- Você sabe que é bonita, vai!
- Você é estranha
- Você é feia
- Por que você se veste assim?
- Sua risada é muito engraçada
- Você é estabanada
- Você é muito estúpida
- Você é muito preocupada
- Você é muito “certinha”
- Me deixa falar um pouco agora?
- Você não sabe falar sério?
- Se solta!
- Ah, acho que não rola mais...


Ordem Divina, ou fatos sem ligação?
Nada faz muito sentido
A vida é ridícula e
Eu a vivo.
O meu amor não cabe,
Não sei lhe dar com ele:
Não sei me dar com nada.
Sou nada;
Fico nada;
Calo nada;
Sobra
Nada.




Se alguém entender algo, mereçe um prêmio!
*a vírgula no título é proposital!

30 de novembro de 2006

Falsária


Todas as chances que você já teve de ficar calado e disse. Esse momento é como se você dissesse. Eu me calo, porque nunca digo nada descente. Eu abaixo a cabeça em um gesto de respeito ingrato. Não faço parte dessas coisas que nos cercam. Fico muda por alguns instantes, todos estranham. Justifico dizendo ser assim: caçoam de mim. Não são normais as coisas que vejo e pré-sinto, mas isso nunca fez muita diferença às outras vidas. Não faço distinções e, no entanto sou tão extinta e falsamente procurada, que me perco.
Um rosto médio, uma fala frígida e longa. Cabelos deslizantes e olhar nada atraente. Todas as ocasiões inadequadas e pessoas inesperadas. Tudo se resume a isso. Não faz sentido que pertença a esse todo mundo. Não faz sentido que exista. Logo me basta: Nada.



...assim é a vida.

5 de novembro de 2006

Alguns dias a mais, outros a menos

>>Escuta: Nothing - The Muffs
>>Pensa: tenho umas amigas BEM estranhas
>>Sente: águas calmas
>>Sonho do dia: Passear sozinha por um descampado


Quando termina uma fase, fico quieta. Fico absorvendo por uns dias tudo o que aprendi com a antiga fase. Volto meio que ao normal, mas renovada. Talvez surjam novas teses: dessas malucas que crio. Leio mais que o comum, ouço músicas em um volume quase que inexecutável de tão baixo. Fico em Alfa por um tempo, meio lá, meio cá. Sem saber o que se passa e sem querer. Nesses dias é bem fácil me enganar. Fico sem me preocupar e sem ligar para o tanto mal que me fazem.
É estranho tudo isso. Queria ser um pouco mais, não sei. Antes eu era tão interessante. Mas ao mesmo tempo acho que antes eu era tão tonta, burra e... Eu não existia. Hoje que sinto minha presença em alguns momentos. Sinto-me menos interessante. Não sei por que isso ocorre. Pensei que deveria ser o oposto. Deve ser porque não ligo mais para o amor. Não quero mais ouvir falar em tal. Ele já não me interessa mais, não faz mais parte da minha vida. Quer dizer, não esse que todos esperam, sabe? Outros tipos de amor me interessam e fazem parte da minha vida de forma mais que ativa.Mas me sinto bem assim. Isolada, mas bem. De uma forma estranha.


Essa semana ficarei loira. Cansei. Assim então começará a fase loira.
Quanta bobagem!

27 de outubro de 2006

Tomei minha decisão!

>>Escuta: You only live once - The Strokes
>>Pensa: Essa minha estranhesa começa a me preocupar
>>Sente: Que está começando a ficar loucamente apaixonada pelo o Julian Casablancas, perigoso isso...
>>Sonho do dia: Ser magra. Mas esse sonho não vem de hoje



Sinto pena de mim (antecipadamente, como sempre) quando penso que terei de
escrever coisas das coisas não irei concordar e sinceramente não sei se vou
conseguir faze-las. Mas o que posso fazer? Irei desistir da profissão que mais
tem haver comigo por culpa desses imbecis? Ah, não. Eu pelo menos me nego a
desistir agora.
Já que falo de minha futura profissão, devo dizer minhas atuais indignações com tal e outras coisinhas. Revolto-me ao ver que por culpa da dona Rede Globo tivemos que adotar o sistema de televisão digital japonês. Tudo porque o sistema americano era democrático (estranho pensar isso vindo de quem vem, mas enfim), qualquer um poderia ter um canal, um programa. E como a Rede “Bobo” conseguiu com que aprovassem o sistema japonês e não o americano?
Lógico, em troca de apoio ao governo. Mas claro, ela é muito esperta,espertíssima, eu diria. O riquíssimo canal que manipula de forma descarada a mídia televisiva após ter conseguido vetar a ampla popularização de canais e programas puxou mais um pouquinho de saco do governo. Mas logo se cansou e virou a casaca.Virou de tal forma que conseguiu com suas tramóias e “fotos super reveladoras” levar as eleições para o segundo turno.
Agora quero falar é desse tal segundo turno, aliás, quero MUITO falar sobre ele. Olhem, sei bem que não sou a pessoa que mais entende de política, sei que sou bem nova e que nem sou obrigada a votar. Mas sei também de que isso é algo importante para esse mundo que vivo e principalmente para o meu país.No primeiro turno votei na Heloísa Helena (que tem um filho chamado Sacha, tinha de falar). Já nesse
segundo turno confesso de que estava bem perdida, sem saber para onde correr. Olhava para o antigo ídolo dos operários e via um homem que tinha lá seu valor, mas que me aprontou cada uma. Que continuou com a mesma política econômica do outro governo. Continuou a dar o velho e bom assistencialismo, e dar a muleta ao povo o tornando dependente. Certamente, pelo menos pelo o que vejo por cima, acho que fazer mal de fato ao país não fez. Mas espera ai. Dês de quando o Brasil estava bom?
De outro lado via o homem que deixou o PCC dominar a quarta maior cidade do mundo e colocou uns concretos ás margem do Tietê com dinheiro do Japão. Eu sendo de escola estadual há três anos, bem sei que nada fez para tal. Olhava-o, mas me soava mais falso do que a cara do Roberto Jefferson. Roberto esse que Geraldo diz ser o salvador da pátria. “Foi ele que denunciou o mensalão, sem ele nada disso viria à tona”, palavras de seu Geraldo. E claro, sem falar da celebre frase: “Eu venderei o avião presidencial e construirei” sei lá quantos hospitais. Ah, pelo amor de Ala e seus amiguinhos!
Chega! Não queria nenhum desses, e me deparei com o voto nulo. Mas se eu votasse nulo me sentiria como se estivesse fechando os olhos, seria como se eu não assumisse uma posição. Percebi. Assumir o que? Um não é muito diferente do outro, as mudanças serão tão sutis que eu nada perceberei e gostar de fato e acreditar e ter fé, isso não ocorre com nenhum deles. Aliás, eles só sabendo discutircoisas que não irão fazer esse meu amado país crescer. Nada de construir ferrovias, de fazer melhoras claras na educação e cultura, já até se esqueceram da reforma agrária que daqui a pouco até o Haiti faz antes de nós. E a transposiçãodo rio São Francisco? Assunto sério esse, inclui problemas ambientais e a vida de famílias, o futuro de uma região. Nada é dito, sabem falar de privatizações, sanguessuga, aviões, dosiê e sei lá mais o que. Decidi. Sim, eu irei votar nulo. Eu não concordo com nenhum deles, está tudo errado. -Pára o Brasil que eu quero arrumar! Cadê o povo que não se manifesta e fica ai fazendo brigas de botequim? “O Lula vai dar golpe”, “O Alckmin vai privatizar a Petrobrás”. Ah, poupem-me. Irei votar nulo, será meu protesto bem abafado. Mas um de seus ecos é este post e todas as pessoas que irei conversas.
Chega, pára. Quando o Brasil vai deixar de ser o país do futuro e passará a ser um país digno? Poxa, quero ter meus filhos aqui, não na Europa, quero que eles sejam brasileiros e tenham orgulho disso. Temos que deixar de ser o país do futebol e ser o país exemplo, que realmente se superou e dá uma aula aos países “desenvolvidos”. E essa aula quero que seja de dignidade, respeito e principalmente, amor, amor a terra em que nascemos! Eu acredito no meu país e lutarei por ele. Assim como lutarei por mim ou qualquer outra coisa que seja boa para o meu bem, mas sem agredir o bem comum. Ou melhor, pensando primeiramente no bem comum, pois ele já me inclui. É isso que falta ao povo brasileiro perceber e principalmente seus políticos. Quando o país melhora, cresce sua população cresce junto e também ganha mais. Falta espírito coletivo e percepção. Falta a visão de que somos uma nação e uma nação que não se une não é uma nação, são apenas pessoas nascidas em um mesmo espaço geográfico.

23 de abril de 2006

Eu não sou perfeita

>>Escuta: meu irmão escovando os dentes (não acredito!)
>>Pensa: Pessoas ridículas posts ridículos
>>Sente: Leve frio
>>Sonho do dia: Nunca mais sonhar com gatos!


- Mamãe, mamãe eu quero uma bolsa igual daquela garota de vermelho, branco, e verde.
- Aquela bolsa que imita onça?
- É mãe, todas as garotas descoladas agora tem, e todos vão pensar que conheço tudo o que elas demoraram uns 7 ou 8 anos pra saber. Vão pensar que eu sou do Rock’n Roll também, mamãe!


Ai, ai, ai como detesto garotinhas idiotas que pagam de coisas ridículas e andam com camisetas do Blink. Mas eu ainda detesto mais os garotos que tem moletom do Descendents e nunca ouviram o All e provavelmente nem o Descendents. Tudo bem, um dia eu supero minha raiva.


Pagu Indignada no palanque

Não acho bonito pagar de bêbado, não acho bonito não querer nada de sua vida, morrer e nunca ser lembrado. Não acho bonito se forçar a fazer algo do qual você não gosta ou não quer e não acho nada agradável pessoas desfilarem sua burrice com toda a hipocrisia do mundo. Quando eu for jornalista vou fazer uma crônica com toda a minha raiva que me é incubida falando dessa bobagem de cerveja. Se você dês da primeira vez que tomou, gostou, tudo bem isso não é pra você. Mas se da primeira vez que tomou sentiu aquele gosto amargo nojento e quis se livrar de qualquer jeito do gosto da sua boca e agora paga de bêbado e diz que sem cerveja não ha vida, seu merda! Vai ver se eu estou na esquina! São essas coisas que me deixam louca. Ai vem tiozinho dizer: Nossa Sacha, como você é fresca, como você é puritana, como você é careta, não toma cerveja. E eu vou te mandar a merda com toda a propriedade de garota menina que sou, porque NÃO vou me forçar a fazer algo que não quero. Logo, quem ainda tem esperança de tomar uma breja comigo, esqueça! VOCÊ toma a breja, eu tomo outra coisa que queira. E se me chamar de careta é um soco na nádega!



ADORO, achar fotos inesperadas de
celebridades (ou seus filhos) que eu
sou tarada com a camiseta dos Ramones!

14 de abril de 2006

Claridade contínua

>>Escuta: Minha irmã falando
>>Pensa: É, vai dar
>>Sente: Ar raro efeito
>>Sonho do dia: Ter menos preguiça


Eu olhei pro lado sem intenção e vi. Na hora fiquei sem reação depois engoli e ficou anestesia por dentro. Passou onze dias da tua vinda e eu continuei na minha órbita natural sem se quer pensar em mudar o rumo. Não parei de estudar por sua causa, nem de beber água e ir ao banheiro. Não deixo de dizer baixinho às minhas amigas que as amo e dar risada alta no meio da aula, porque essa sou eu. Fui ao local, data e hora marcada, mas você com desculpa de chuva forte não apareceu pro meu adeus. Já são dez horas e eu não sei se vão me deixar sair pra ver gente e rir mais alto. E eu mantive todos os cortes em carne viva e eles continuam expostos pro povo e eu nem ganho moedas por isso. Talvez eu não mereça apenas migalhas, mas gargalhadas agudas e verdadeiras como as minhas. Porque eu sei que apesar de você e todos os outros não me quererem e só garotinhos da mesma idade que eu e mais ingênuos do que uma garota de três anos, eu mereço uma vida digna de mim mesma.

9 de abril de 2006

Todas as coisas sobre você eu já sei décor

>>Escuta: Minha mãe mexendo na cozinha
>>Pensa: No cansaço que sinto

>>Sente: Cansada
>>Sonho do dia: Durmir um pouco sem que o relógio andasse


Te vi de novo, dessa vez você estava sóbrio. Foi por acaso. Te vi e constatei que todas aquelas marcas de expressão que eu lembrava eram fato.
Quis te falar hoje, mas havia gente demais nos cercando, que nem lona de circo, e nós, a atração principal. Talvez por sermos ironicamente parecidos e sempre que nos reagimos fica aquele clima no ar de quero mais. Pode ser porque quando te vejo a verdade vem à tona e todos esses sentimentos e vontades completas.
Daí, que lembro da primeira vez que te vi – foi de baixo para cima. Hoje, é do meio pra cima. E sempre que vejo ou ouço algo do Sonic Youth lembro de você e da minha mentirinha que te contei naquele dia. E você sabe tanto quando eu que foi pouco e meio tosco, mas inesquecível; e que ambos são frouxos o bastante para se manterem nos seus próprios lugares: um longe do outro.
Sabe, queria não ser assim tão frouxa e te procurar, mas o que me impede é ainda te ver do meio pra cima. Acho que daqui um ano (talvez) eu te veja por completo em um único olhar. Ai, eu te procuro e digo que a gente deveria ficar junto e que isso não faz sentido (ficar longe). Que a gente devia deixar nossos amigos em comum felizes e nos vermos com freqüência marcada.

11 de março de 2006

>>Escuta: Sem caixa de som
>>Pensa: Nas coisas contrárias
>>Sente: Dor de cabeça
>>Sonho do dia: Não ter gripe

Fez-se fato. Não sei como nem porque, mas se fez fato. Antes era mito daqueles mau ditos e meio que no improviso. Antes era ambíguo e feito de três cores: preto, branco e vermelho. Agora já se faz verde também. Agora já é fato. Entre essa fase do mito e o fato se passou muitos cavalos e homens marchando, e eu não sei bem porque, mas não fiz a mínima questão de dizer que o mito, por mais difícil que fosse, me acalmava. Mas o fato, o fato é fato, não mudo e me dá pânico. Quando era mito podia contar versões, nem precisava ter medo de errar detalhes, vírgulas ou acentos. Mas agora que já é fato, nem ouso contar, vai que perco um parágrafo por esquecimento. Coisa comum, porque quando minha mãe saí e diz pra onde vai eu quase nunca lembro que lugar ela disse que ir. Não é porque não dou-lhe atenção, porque atenção lhe dou. Deve ser porque sei que é local corriqueiro e que ela vai com freqüência, como mercadinho. (Acho “Bis” que pensei ter acabado). Ela briga comigo porque esqueço onde foi, mas de certa forma não fica muito brava, sabe que não fiz por mal, apenas...
Quando pego gripe, daquelas que todo mundo tem, (e tem direito) com dor na garganta, febre média, resfriado sempre tenho também dor de ouvido. Meus ouvidos são sensíveis, sei lá porque, mas são bem sensíveis. Ouço muito e muito bem, às vezes até me assusto com as coisas que escuto. Mas nada me faz assustar mais do que as coisas que vejo. Vejo muito bem para uma garota míope que não usa óculos, vejo
em detalhes. Isso já deve se dar pelo fato da minha memória. Memorizo o andar das pessoas, suas roupas, expressões e gestos. Todos dizem que sou muito observadora e detalhista. Sou tudo isso porque gosto de entender as pessoas. Pode ser porque elas já não fazem o mesmo comigo e eu gosto muito do contrário.
O contrário é sempre tão argumentativo e discriminado, muito misturado com o oposto, mas não é a mesma coisa. Por isso sempre que falo da beleza do contrário faço toda questão de deixar isso bem claro. Contrário é a direção oposta e o oposto só fica do outro lado, mas na mesma direção. Mas isso não faz sentido pra muita gente. Porque eu sou contrária e coisas contrárias não fazem sentido a muita gente.

Sou oposta quando vejo fotos. Fotos como essas que você exibe por ai e eu vejo sem que você saiba que eu vejo: conheço um segredo pra ver sem que você saiba. Vejo porque gosto de facada lenta e não ligo de saber que talvez nunca leia as coisas que escrevo. Nunca fiz nada pra você mesmo, que mentira. Fiz tanta coisa não sei nem porque fiz tanto. Você não merece, não merece porque é oposto não contrário. Você vai à mesma direção dos outros, mas pra se fingir contrário vai no lado, mas oposto. Isso não quer dizer nada. Não sei onde você vai desembocar, mas acho que daqui alguns anos irei ouvir notícias tuas.

Noticias essas que não sei bem do que serão, se será de morte, de riqueza, ou de desperdício da tua inteligência. Você desperdiça demais tua inteligência e isso não é nada bom. Inteligência é mais rara e cara do que água em 2.080. Toma-te cuidado, ela é rara e cara demais.

Eu sei que tudo isso que vejo é pólvora fria depois de frita, mas na verdade tudo o que vejo nessa minha visão
míope não passa de todos os fatos contrários que me aparecem nus na mesa do escritório.

8 de março de 2006

>>Pensa: É bom faltar na aula e durmir mais um pouco
>>Sente: Agora vai!!! Eu vou conseguir!
>>Sonho do dia: Obter informações


Breve explicações

Sacha, onde você estava?
Bem, para quem não sabe eu estava sem computador, alias nem acredito que ele voltou, pensei que não teria um pelo menos até o meio do ano, massssssssssssss agora o tenho de novo!


Minutos depois

Juro foi sem saber, sem querer. Quando me dei por conta vi a coincidência e como se parecia. Eu só queria dar uma fragrância gostosa a minha blusa. E quando percebo a incrível semelhança entre o meu perfume de sempre e o teu daquele dia. Ainda não tinha notado. Não quis, assim, em uma tentativa forçada lembrar de ti ou dos teus cabelos totalmente avulsos. Foi sem que eu percebesse. Mas agora que sei, não faço mais. Não abro mais o frasco. Eu sereia incapaz de procurar tentar pensar em você. Sei que é nulo, sei que não leva a nada e não gosto de coisas que não levam a nada. Sou tão fraca que não posso lutar contra o meu querer de simplesmente não tentar. E só ficar quieta, apaziguada na minha lenta mente que não quer pensar.Seria mentira minha, das mais deslavadas, que eu não gostaria da certeza de que daria ou me levaria a algo. Mas como sei que essa chance é nula, não me dou ao trabalho de maquinar hipóteses.-Está bem. Acalmo-me, foi só um susto, passou. Deleto o que pensei, sei que fui tola ao pensar essas coisas, mas naqueles instantes primários foi preciso, só para não sentir o vazio que sinto se não penso. Criei situações fantasiosas, eu sei. Mas foi bom, naquelas horas, foi bom. Agora, agora resta o não pensar. Ou melhor, o pensar demais para não pensar. Já que de pensar já me fali.
Agora, apaga tudo.



The Blower´s Daughter
Daniem Rice

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We´ll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower´s daughter
The pupil in denial

I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes off of you
I can´t take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can´t take my mind off of you
I can´t take my mind off of you
I can´t take my mind off of you
I can´t take my mind off of you
I can´t take my mind off of you
I can´t take my mind...
My mind...my mind...
´Til I find somebody new


NÃO ESTOU APAIXONADA E ISSO NEM
ESTÁ EM VISTA, NÃO ME PERTURBEM!

12 de janeiro de 2006

Um jeito novo de dizer "Alô"

>>Escuta: Ps: Calma - Bidê ou Balde
>>Pensa: Caraca, que jeito mais "ousado" de começar um ano!
>>Sente: Ano explosivo!
>>Sonho do dia: Sair dessa casa!!!!!!!


Você quer saber como eu sou? Quer saber se sou bonita? É, pode ser que eu seja meio meiga, pode ser que seja um pouco doce e levemente sarcástica. Quer saber se meus olhos brilham quando eu canto? É, eles brilham. Quer saber porque falo assim, tão engraçado? Porque gosto das coisas que fazem rir. Quer saber se meu cabelo é liso? Ele costuma ser liso. E agora que não tinjo, castanho claro também é. Quer saber de que cor é meus olhos? São verdes, nem mais, nem menos, só verdes. Quer saber se falo sozinha freqüentemente? Eu falo sozinha sempre. Quer saber o que faço na internet? Passo o tempo quando ele quer me esmagar. Quer saber se me sinto tonta às vezes quando acordo de tanto que penso? Acordo tonta quase todos os dias, é comum pra mim. Quer saber se tenho dores de cabeça freqüentes? Tenho, são velhas companheiras. Quer saber se tenho muitos amigos? Direi-lhe que depende do dia, da semana, do mês, do ano...
Eu gosto daquela música, daquela banda que diz assim: “É sempre amor, mesmo que acabe” e também da outra parte que diz: “É sempre amor, mesmo que mude”. Gosto de uma outra parte, de uma outra música, de uma outra banda que diz: “I Remember You”.
Nunca escreveram música pra mim: nunca fui musa. Não nasci pra inspirar gente inteligente e nem gente burra. Não nasci pra essas coisas “bonitinhas”.
Eu já fiz música há segundos ou terceiros. Faço música a muitos. Fiz música a todos. Nasci pra falar dos outros. Tenho mais de 500 coisas escritas, muito mais de 1000 palavras já usadas, muitas tão repetidas e cansadas da minha cara de menina-moça.
Quero descansa, sinto-me cansada das palavras que correm sem ponto de partida ou chegada. Tenho dó delas, mas elas não tem dó de mim.
“Sempre tem alguém novo para amar”
...Eu não tenho e nem quero um alguém novo pra me aproveitar.



Tá bom, próximo post conto todas as
minhas aventuras, tudo bem.