9 de junho de 2005

"Eu não tenho data pra comemorar"

>>Escuta: Brsil - Cazuza
>>Pensa: Uuuuuuuu
>>Sente: Nada além de mim
>>Sonho do dia: "Se dê mole eu bejo mesmo" ahahahahaha essa frase é hilária de mais pra mim!


Quantas vidas já tive, quantas idas e vindas. Todos que já me viram, me tiveram, todos que me conheceram, sou única a cada um deles, uma para cada um. Cada novo nosso, um novo seu: a cada ser que conhecemos um novo “Eu” criamos dentro do mesmo. A cada novo eu, quero que você saiba, cria-se um novo mistério e uma fantasia, nesse jogo de acha e acredita. A vida é um jogo de perdas e ganhos, mas nunca de verdades. Disseram-me que iria morrer de tanto rir, acho que morrerei de tanto chorar por esse meu achar que tudo pode ser melhor e que tudo é lindo quando visto lindamente de longe.

“Te ver já não é mais tão bacana
Quanto a semana passada”
E eu sei que nunca perdi nesse jogo de perdas e ganhos, porque nunca tive nada além da minha falsa esperança de viver só. Nunca busquei o sempre sem um fim no fim do dia e a cada dia serei menos nós, porque nós, é só eu. É só mentira, é só amor, tudo amor. Tudo: carinho, medo, sorte... Tudo isso é puro amor. Dizem que falo de amor como se vende bananas na venda e que isso não é amor, mas do que é o amor se não uma bacia cheia de alegria e fala? Cheia de gestos desconexos e erros querendo ser chamados de acertos?

“Vivo num clipe sem nexo,
Um terror, retrocesso
Meio bossa nova e rock n’ roll”
Mas nada disso faz parte dessa minha alma de ajudante de velhinhas perdidas na noite fria do dia dos namorados.

“Não sou freira nem sou puta”
Não sou santa, não quero ir pro altar nem depois de morta, não quero sentir o gosto da pureza, só do amor. Não quero que me confundam com as falsas velhinhas de altar.

“Eu protegi o teu nome por amor”
Não quero que confundam meus erros de amar tudo com os erros de amaldiçoar os seres: o meu amor só cabe a primeira referencia. A mim esse jogo nada mais é do que um tentar não errar, uma luta constante pelo contra da vida amargam, com amor e com tédio de vela sem altar.

"Quando morrer não quero choro nem vela
Só uma fita amarela cravada com o nome dela”
Só os amores. Só os fatos, tudo o que fiz. E não se esqueça de me xingar, isso dá muito prazer, é uma delicia me xingar! Até eu me xingo quando não agüento mais saber dessa existência de vida. Quando já o papel não me cabe, quando nem as folhas infinitas do Word já não me satisfazem mais, xingo-me, bato-me: de fato é satisfatório.

“Nosso crime não compensa”
O meu crime de amar não compensa, não posso ser compensada por amar, nem pelos sofrimentos que isso me causa.

“Vida louca, vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve”
Quero não perder tempo com brigar idiotas pessoais, quero me jogar da ponte e sentir o vento me bater: até ele gosta de me bater.

“Meus heróis morram de overdose
Meus inimigos estão no poder”
E isso sim me provoca, essa falta de amor no resto da face terrestre, essa falta de ideologia, desse novo que nunca chega, ninguém mais acha o novo bacana. Será esse o fim?
Ninguém mais cria ideologias, quero ouvir a palavra “neo” pro bem, não pro mal. Precisa-se do novo de novo.

“Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida...”
Quero o sabor da impureza com o sabor do mais puro amor da verdade de não se saber se faz bem viver ou se faz mal em persistir em melhorar essas coisas causais. Saborear sem medo de te recriminarem por fazer arte, por se aceitar, por simplesmente gostar de amar.

“Essas sementes mal contadas
Que já nascem com cara de abortadas”
Essas pessoas “que não mudam quando é Lua-cheia” que não sentem a metamorfose tocar sua pele, esses seres que tem medo de dizerem o que querem, porque provavelmente é algo bem mais estranho que isso que os que têm coragem dizem.

“Vamos pedir piedade...
Pra essa gente careta e covarde...
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem”
Dê-me um pouco mais de amor pra poder dizer a esses seres que somos iguais, e “pra quem não sabe amar e fica esperando alguém que caiba no seu sonho” que eles não precisam se preocupar com o depois, porque ele é tão depois que talvez nem exista. Porque tudo isso que foge do presente também é uma forma de ficar nele: quem foge é porque quer permanecer.
Apreciar o Sol são para poucos, são para todos, mas nem todos sabem usufruir desse bem, desse patrimônio que todos querem, mas ninguém tem, ninguém pode, talvez ninguém mereça.

“Com os braços sempre abertos
Mas sempre sem proteger ninguém”
Porque só reza não faz nada, só reza não tira o burro da lama, nada se salva se não fizer: se é que há salvação pra esse mundo de armações. Eu que não quero comparecer ao juízo final, não por medo da minha sentença e sim por não querer ver a cara de decepção das pessoas com “Deus”.

Esqueçam-me, só me esqueçam. Quem eu já criei, que cultive e quem nunca viu, que nunca ache.


Texto meio perneta, mas tá valendo!

1 de junho de 2005

>>Escuta: Algumas música que não identifiquei...
>>Pensa: Essas coisas demoram
>>Sente: Brisa marítima inexistente
>>Sonho do dia: Ter três horas a mais no dia


Sei lá, às vezes só acho que não mereço e às vezes acho que não é o bastante. Tento compreender essa mania que me persegue de ter sim e não no mesmo pensamento, tento arrumar desculpas para ser assim e não acho. Disseram que me amam, que me guiam, que eu os deixo felizes, disseram que eu sou uma luz no fim do túnel, a última das santas já tão esquecidas. Gritaram toda minha vida numa rua deserta;
Amo-te Deusa dos meus sonhos,
Cristal mais puro dos desajustados e imundos.

Todas falas infames – adoro essa palavra, infame. Infame, é tão sarcástica e misteriosa, fonética curiosa. Infames são as frases que escuto da boca do povo, infame são essas abelhas que correm pra sua colméia como quem corre em direção ao seu macho – todas no período fértil.
Vi as pessoas dizendo - elas falam bastante – sobre assuntos alheiros, debatem claramente sobre vidas, falam das fofocas e fatos como se fossem temas de aula. Elas não têm pudor, isso é bom, é ruim, quase tudo tem seu lado bom e o seu lado ruim – acho que sim.

É coisas sem pé nem cabeça fazem parte
do cotidiano – o meu texto que o diga.