25 de outubro de 2011

Continuo

Quando eu resolvi viver de novo, me arriscar, sair na luz do dia, deixar ser amada: eu sabia. Sabia os riscos que corria, sabia a dor que me esperava, as mentiras que nunca poderão silenciar. Eu só não sabia que eu praticamente não havia aprendido, ou eu não me deixei aprender? Quantas vezes disse que não quero ser insensível como o resto do mundo? Tudo verdade, não quero mesmo. Aprendi de outras formas, de alguma forma tenho de ter aprendido.
Quando eu decidi me deixar ser vista nas ruas de novo, eu sabia que o me esperava. Toda a decepção, toda a dor, todo o medo, todas as dissimulações. Talvez eu morra sem entender porque as pessoas brincam com os sentimentos dos outros. Talvez eu morra sem saber porque as pessoas não se importam com o impacto que causam na vida dos outros. Ainda assim, eu vou viver.
Não foi a primeira vez e não há de ser a última, talvez ainda seja só uma das primeiras... Vou seguir sendo sincera comigo e com o mundo. Vou cotinuar sendo a transparência que espero dos outros, o amor infinito que sinto é a melhor coisa que tenho. Não acho que terei recompensa por boa conduta, só não sei ser diferente.

O que mais tenho dentro de mim ainda se chama Amor.

8 de outubro de 2011

Sinceramente...


Como dizer isso sem fazer de forma clichê ou vazia?

Às vezes eu penso “nossa, minha vida tá uma droga há ‘x’ tempo, quando isso vai acabar?” Depois eu penso que talvez ela tenha sido sempre assim. Ou talvez eu confunda e tome o imóvel pelo movente e assim, perco a continuidade, as lacunas ficam vazias. Lacunas estas que devem ser de insatisfação? Provavelmente eu nunca saberei. O que resta saber é o que sempre restou, o que realmente importa quando pensamos a vida, a própria vida?

Tenho certeza dos meus esforços, dos desafios, das dificuldades diárias em levantar da cama e como é horrível ter aversão a luz do dia. Parece que todos os esforços, todos, todos até hoje, todos em vão. Todos os esforços se resumem a nada. Logo em seguida repenso: não é verdade. E então, por que esse sentimento de fracasso constante? E por que as pessoas ficam se fechando tanto?

Um monte de gente diz: Sacha, você se expõem demais às vezes; Sacha, você é muito transparente; Sacha, você confia muito rápido em alguém; Sacha...
Sacha querida, amada, clara. Não é só o me recusar, recusar esse sistema, essa sociedade em que nasci, essa cultura anacrônica: é simplesmente não compreender. Como pessoas acordam e vivem 30, 40 anos de uma vida de 70 fazendo coisas que não suportam? Sério, para mim, essas pessoas que tem problemas.

Eu posso não ter dinheiro, eu posso não acordar todo o dia e ter um emprego, eu posso não ter habilitação para dirigir, posso não ter roupas caras, posso não dinheiro para comer no restaurante que quero. Mas no fim, no fim eu prefiro não ter  nada disso mesmo, prefiro não ter nada se tudo isso significar abdicar de cada segundo que vivo, que sinto, que é. Prefiro, ainda assim, ser a Sacha criticada, escrachada, julgada, mal amada, que tenta todos os dias o seu melhor. Que ama tanto que não pode suportar qualquer reprovação. Mas as pessoas nunca vão acreditar, porque a maior parte delas está ai, incorporada por essa cultura da desconfiança e da incredulidade.

Eu ainda prefiro ser eu, com toda a minha gastrite porque permito todo mundo me deixar nervosa, chorar o dia todo, desacreditar para reacreditar. Se eu não fosse assim, não seria eu. Seria qualquer outra pessoa que existe no mundo e isso não é teimosia, isso é se permitir, permitir ter a personalidade que tem, sem deixar de melhorar a cada dia. Pedindo desculpas compulsivamente, se achando culpada sempre, querendo o melhor a cima de tudo.

Não importa como a história acaba, se a história acabar sendo verdadeira até o fim.

4 de outubro de 2011

Da série de pessoas...

Faz pouco tempo, pouco mesmo, alguns meses eu aprendi a começar a diferenciar as minhas frustrações pessoas, de pessoas que nem merecem qualquer lágrima minha, não que isso adiante muito.

As pessoas sempre vão me frustrar em algum momento, minhas expectativas são muito altas e exatas, como não vão me decepcionar? Vão. Até ai, isso pode ser digerido, eu posso fazer uma autocrítica, ver o quão importante é ou não aquilo para mim, o quanto afeta o meu relacionamento com essa pessoa.

Mas há outro tipo, que não é decepção, embora eu tenha acreditado nisso a minha vida toda, não é decepção. É aquela história universalista, aquela história que se eu contar dizendo que é de uma amiga, vão dizer: “nossa essa outra pessoa foi bacana”. 

O problema é que, as próprias pessoas que agem assim, sem serem "bacanas" com as outras, não se auto reconhecem. Por exemplo, eu tenho certeza que até hoje se alguém puxar um papo no médico com o meu ex-namorado e falar sobre "mentir e brigar sozinho com a sua ex-namorada" ou "que o namorado da amiga a chamou de gorda quando ela estava magra e quando ela estava gorda de nojenta" ele vai achar tudo isso muito errado. Que ironia. 

Mais um episódio em minha vida, é sim, EM MINHA VIDA. Não foi o segundo, nem o décimo e muito menos deverá ser o último. A pessoa fala mundo e fundos, como há anos ela gosta de você, espera pelo momento de um dia ficar com você. Uma hora, você começa a ceder à trama... Você vai cautelosa, até acredita que metade disso é puro exagero masculino. Como se não bastasse, a pessoa não mora perto, mora é MUITO longe. Você, que já está completamente envolvida, queria viajar, junto o útil ao agradável e decide visitar a pessoa. Pessoa essa que mora tipo, na Patagônia, não é lá, mas tá valendo a mesma coisa. Quando falta um pouco mais de uma semana para a viagem, a pessoa começa a SÓ te tratar mal, mal, mal, mal. Uma hora cansa e você também revida, mas ai você pensa “se acalma, tenta arrumar as coisas”, mas não! Essa pessoa já está perdida e feliz, missão cumprida! VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR CONSERTAR NADA, NÃO VAI! ESQUEÇA! Você manda uma mensagem dizendo e mostrando a atitude da pessoa para ver se dá uma acordada, você chama no msn, você liga. ESQUEÇA!

É, o melhor a fazer mesmo é bloquear no face, parar de seguir o infeliz no twitter e se ele quiser, tem seu telefone, deixa lá o msn/Skype, vai que de repente rola uma luz na pessoa?
Acho que a pessoa pensa assim: tô aqui na minha casinha, de buenas... Não paguei passagem, não tô desempregado, não tô indo pra puta que pariu do fim do mundo, nada disso e nem fui eu que pedi para essa fulaninha vir, pra quê eu vou me preocupar?
Parabéns!