27 de maio de 2010

Entre mim e Ele.

Você ainda tem o mesmo olhar, pode não parecer aos outros olhos, mas o fato é que sim, você ainda tem o mesmo olhar. Você ainda me olha com essa forma discreta de dizer “vem me ajudar”, essa forma de dizer “preciso de você”. E quando você me olha assim, com esses seus olhos lindos, azuis que brilham e ofuscam a verdade, sinto a conexão. Porque a verdade é que você ainda é aquele menino, que só queria fazer o que mais gosta. Você conseguiu. Você faz o que mais gosta, você é reconhecido por isso, talvez nem tanto quanto mereça, mas é. Mas e então, ainda assim, você me olha com esse seu jeito dizendo “olha, eu sou tudo isso, gosto disso, mas não me deixa só porque eu ainda tenho medo do escuro, não tenho respostas, e ainda não vivi, e pareço não poder, viver o simples.” Com seu olhar cansado, com tudo isso que vejo, todo esse seu jeito lindo de me mostrar as outras parte de você. Sabe que, não vou te deixar só. Vou te abraçar, sem dizer nada, depois, te olhar e completar, abraçar sua alma para que não mais se sinta sozinho, vazio e sem respostas. Percebo que o tempo te fez mais triste, o que houve? Você não imagina, nem desconfia o quanto gostaria de eliminar isso de você. Mas você ainda não me conhece, nem me imagina, mas eu te amo, te conheço, te quero, sou sua desde o primeiro instante. Te espero, não, não te espero, vou ao teu encontro e quando nos encontrarmos, você vai saber quem sou eu: um olhar.

7 de maio de 2010

branquinho no banquinho.

O que importa é que daí, eu posso assistir Glee, cantar, chorar, gritar, aumentar o som, conversar dentro de mim, pensar o que quiser, como quiser. Porque tudo pode ter limite, a liberdade pode não existir, mas dentro de mim, tudo o que quiser ou deixar, vai existir transbordar, viver, reviver e se criar.
É que é assim, por mais, mais que eu queria sentir os outros, porque de mim já estou cheia, adoro ficar de papo com meus outros heterônimos e brincar de sonhar e ser feliz sabendo que esse mundo não existe. E mentir para tudo dentro de mim. Parar cenas e fotografá-las: é o que faço quando fico sozinha. Quando me esqueço e sou só ser que vive e puro "it". Esse "it" é de viver a vida assim, aberta, simples, sem medo, preconceito e paranóias. Mas é que também às vezes tudo isso vem junto, porque também existe o meu outro lado, meio louca, meio canalha, meio mentirosa, meio fraca, meio mal educada, meio assassina, meio tudo de ruim que a sociedade prega. Porque no fim, não quero ser nem tudo de ruim, nem tudo de bom, quero ser o livre, como sou dentro de mim. Quero ser "it" puro dentro dos livros e músicas. Quero só ter o presente como lembrança e sentir todas as partículas da vida me tocar. É que isso não é poesia, isso é minha vida. Meu jeito de dizer: não façam isso. Meu jeito meio Álvaro de Campos de dizer "Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho." É meu jeito de ser sozinha no coletivo do mundo de possibilidades infinitas dentro de mim, da forma que quiser ser, na hora que quiser e o mais importante, para quem eu quiser: ser.