8 de fevereiro de 2010

8 anos blogando.

Este blog é para ninguém e se você está lendo agora, deve ou deveria saber. Tenho blog desde que minha mãe comprou computor pra casa. E eu tinha que usar internet discada. Isso foi em 2002. Desde então tenho blog. Já tive em VÁRIOS lugares, mas os mais duradouros foram no weblogger e aqui, no blogspot. No início, eu era tão viciada, que aprendi a mexer no meu próprio layout do blog e vivia mudando várias coisas. Hoje não me pergunte nada, porque eu não me lembro de mais nada dessa linguagem nerd que deixei para trás.

Eu sei que na semana do meu 21º aniversário de vida, eu tento relembrar quase 10 anos publicando minhas babaquices e proezas na internet. Escrevo desde os 11 anos. Claro que escrevo muito antes disso, digo escrever com consciência de querer publicação, ou desabafo pessoal. Enfim. Comecei escrevendo poemas quando encontrei perdido em casa, um livro comemorativo do jornal “Folha de São Paulo” reunindo os mais famosos poemas de Vinicius de Morais. Eu até concordo que Vinicius de Moraes não é literatura para criança de 11 anos, mas eu li e AMEI. Desde então, defendo sempre que posso esse “poetinha”. Mas continuando a minha história, foi então, depois de ler o grande poeta, que eu comecei a escrever poemas. Que, aliás, foram todos perdidos quando minha mãe, sem me consultar, jogou fora meu fichário da 5ª série. E eu chorei muito. Eu só me lembro que todos os poemas falavam de amor. Depois disso, ainda antes do blog, mantive minha dieta à base de poemas, mas comecei a ler também outros poetas. Só sei que quando fiz meu primeiro blog, com 13 anos, não publicava poemas ou os textos que eu havia acabado de começar a escrever. Eu falava de como eu odiava a minha vida, acontecimentos do dia e música. Cheguei até, em um dos meus blogs, a ter um layout do Kurt Cobain. Só aos 15 anos, quando li meu primeiro livro inteiro de gente grande e sem ser de poemas, passei a escrever no blog o que eu já escrevia há algum tempo, mas tinha a MAIOR vergonha de publicar. Esse livro que fez com que eu tomasse coragem foi, nada mais nem nada menos, que “Água Viva” da mulher que eu mais admiro no mundo, Clarice Lispector. Foi quando eu li esse pequeno livro, que entendi que o tipo de forma que eu uso desconexa e transparente da alma, era literatura. Claro, não estou comparando meus textos ao da Diva. Jamais. Desde então publico neste mesmo blog um misto de tudo o que sempre fiz nos blogs. Poemas + Diárias + estiloclariceindescritiveldaalma.

É que quando sou eu que escrevo, não sou eu quem falo, só escrevo.
Porque quando junta Vinicius de Moraes, Ramones, Nirvana, Clarice Lispector, Riot Grrrl, Johnny Cash, Mia Couto, mais muita futilidade para conseguirmos levar a vida, dá em mim. Eu sou tudo de intenso que tenta ser o equilíbrio, mas se perde na mentira dos outros, porque verdade, é só a nossa, a de cada.

Hoje, não escrevo para mais ninguém, talvez um dia volte a escrever. Hoje, só escrevo para mim. Para eu saber que escrevi e não corro o risco de perder uma das poucas coisas que há de bom em mim.

Obrigada a quem ler.

4 de fevereiro de 2010

tempo.

“E o bom e velho gosto de romance antigo, é sempre bom de recordar”

Sinto saudades de tantas coisas, tantas pessoas, tantos cheiros, tantos sentidos. Queria tanto ter dito, ter gritado, ter beijado, ter sacudido. Fiz, fiz muitas cosias, fiz tudo o que fui capaz naqueles momentos, muitas vezes, até fui além. Mas entendo, entendo que hoje não tenho mais medo, mais vergonha. Mas se eu ainda assim pudesse reencontrar algumas pessoas, perguntar os “porquês”, se....

Não sei se nasci para fazer parte de outra vida, às vezes parece que essa minha já são tantas, tantas que será impossível fazer parte de outra, viver mais uma, ser o que outra vida quer. Complexo. É difícil assumir algumas coisas, como sei que é difícil para algumas pessoas terem de me ver, é como se elas se re-vissem.

Hoje, do que mais sinto falta é de tempo, tempo para me viver. Há muitas coisas dentro de mim ainda a serem vividas e para isso, só preciso de tempo, é só do que preciso.

Um dia, um dia serei essa, essa ai. Não sei quando, como, onde, mas serei. Me falta, tempo.

Talvez eu vá, e não volte.