17 de abril de 2005

Eu & eu

Um pouco mais de 16, um pouco mais de gordura, de hipocrisia e medo. Muito mais conto e menos magia. Não conseguiria contar nos dedos quantas pessoas ou amigos me “trairão”, não conseguiria chorar ao lembrar de tudo, foram tão baixos e insignificantes. E todas as besteiras que fiz, foram tantas, tantas vezes menti pra mim ao pensar que era fácil viver. Que o mundo sempre estaria ao meu dispor. Até que um dia eu acordei, acordei e percebi que perdi muito tempo e tempo, tempo não volta, tempo não te retorna. Houve vezes que pensei que nunca mais conseguiria olhar pra mim de frente. Pensei que havia sido tão fraca que não merecia segunda chance, não merecia acordar e ser contemplada por esse Sol que nunca se exausta. Lembro-me das convicções, dos sonhos idiotas e egocêntricos, das lamentações que costumava fazer e não sei como me aturaram.
Às vezes acho que fizeram um estupro mental comigo. Afinal, foram de fato selvagens e impiedosos e eu ingênua demais ao acreditar que poderia salvar aqueles animais que por sua vez não eram irracionais. Por quantas e quantas vezes pensei em fazer coisas que eu nem sabia como faze-las. Deturpei-me para os outros. Era-se incapaz de ver a verdade em mim, no meu olhar só havia... Vazio. Era oco. Pensava ver coisas que não era, pensava conseguir coisas que não queria conseguir de fato. Não era Eu!
Não esse Eu que agora sei que é meu, que é o meu Eu verdadeiro. Antes gostava do preto, acho que me identificava com ele, porque tudo pra mim era escuro, não via. Não via onde estava nem pra onde ia. Agora tudo é branco, é branco porque é claro que sou Eu, é branco porque agora é verdade, não é mais uma deturpação, sou limpida e clara.
Agora o que resta é puro Eu.