Para mim não é só o Amor, mas para os outros, nunca é o amor.
Indiferenças para tornar-se indiferente
Tristeza para tornar-se triste
Se é ruim por que prosseguir?
Por que ser igual?
Já não sei quais cosias devem ser como são
E quais devem permanecer em seu lugar
Mas se o amor não for o bastante
Por favor, entenda
Que sempre fiz pensando fazer o melhor
Fosse por mim, fosse por você
Quando olho a janela
Você já se foi
Mas mesmo assim
Ainda te vejo
Ali parado, como você sempre fazia quando ia embora
1 segundo a mais para lembrar e reviver
Todas as coisas boas que passamos
Que fomos, que falamos
Mas nunca soubemos
Até que ponto tudo valeria a pena
Mas se o amor não for o bastante
Por favor, entenda
Que sempre fiz pensando fazer o melhor
Fosse por mim, fosse por você
7 de dezembro de 2009
O Melhor
6 de outubro de 2009
Há de ter
Há de ter o dia
Em que a alegria não seja o mais importante
E a saúde seja abundante
E então
Não nos preocuparemos mais com nada
Nem com ninguém
Nesse dia
Viveremos o estado de natureza
Onde ela será nossa guia
Mas esse dia não existe
O que existe é mulher oprimida
Criança espancada
Homem que come o homem
O que há é paisagem bucólica
De dias de glória que se passaram
E hoje
Só resta sofrer
E principalmente
Fingir a felicidade
A beleza
E todo o gozo da vida que não existe
Não há pessimismo
Só realismo.
Em que a alegria não seja o mais importante
E a saúde seja abundante
E então
Não nos preocuparemos mais com nada
Nem com ninguém
Nesse dia
Viveremos o estado de natureza
Onde ela será nossa guia
Mas esse dia não existe
O que existe é mulher oprimida
Criança espancada
Homem que come o homem
O que há é paisagem bucólica
De dias de glória que se passaram
E hoje
Só resta sofrer
E principalmente
Fingir a felicidade
A beleza
E todo o gozo da vida que não existe
Não há pessimismo
Só realismo.
28 de agosto de 2009
Meus Donos
Alguém já disse que essa vida não vale a pena,
Não vale nada.
Eu disse depois de tantos outros que já disseram.
Não que seja filha ingrata da terra
Não que seja filha ingrata da própria mãe
Mas que seja alguém ingrato de um ninguém
Meu dono não é o mundo
Nem eu
Meu dono não é Deus nem Padre Bento
- Que Deus o tenha
Meu dono são os Clarice, os Drummond, os Pessoas, os Wolf, os Camus...
São todos os que me criaram de verdade.
Esses sim dou respeito.
Mas não que isso diga
Depois de tudo
Que o mundo valha a pena
Não vale
Porque se a vida fosse boa,
A gente não morria.
É, meus donos sabem o que dizem.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
- Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade
Não vale nada.
Eu disse depois de tantos outros que já disseram.
Não que seja filha ingrata da terra
Não que seja filha ingrata da própria mãe
Mas que seja alguém ingrato de um ninguém
Meu dono não é o mundo
Nem eu
Meu dono não é Deus nem Padre Bento
- Que Deus o tenha
Meu dono são os Clarice, os Drummond, os Pessoas, os Wolf, os Camus...
São todos os que me criaram de verdade.
Esses sim dou respeito.
Mas não que isso diga
Depois de tudo
Que o mundo valha a pena
Não vale
Porque se a vida fosse boa,
A gente não morria.
É, meus donos sabem o que dizem.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
- Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade
23 de fevereiro de 2009
Se eu fosse um ser...
Eu
Eu escolhi saber
Eu escolhi dizer
Eu escolhi viver
Não escolhi ser bunda
Não escolhi ser cara
Não escolhi ser peito
Não escolhi ser paga
Não assim
Escolhi ensinar
Escolhi amar
Escolhi aprender
Não escolhi ignorar
Não escolhi esconder
Não escolhi pagar
Não assim
Escolhi reclamar
Escolhi assistir
Escolhi perceber
Escolhi amar
Escolhi ser amada
Escolhi deixar ser
Não escolhi ser manipulada
Não escolhi ser outra qualquer
Escolhi ser
Ser o que for
Seja lá o que
Ser
Escolhi ser
E apenas ser
Ser todas as coisas
Todas as coisas que me deixarem ser
Escolhi o amor
Escolhi o mundo
O mundo de coisas
Onde não se mede forças
O mundo da natureza
Onde tudo se respeita
Onde o ruim
O ruim é aquele que vai contra
O que lhe cabe
Eu
Só fico com o que me cabe
E o que me cabe
É ser.
Eu escolhi saber
Eu escolhi dizer
Eu escolhi viver
Não escolhi ser bunda
Não escolhi ser cara
Não escolhi ser peito
Não escolhi ser paga
Não assim
Escolhi ensinar
Escolhi amar
Escolhi aprender
Não escolhi ignorar
Não escolhi esconder
Não escolhi pagar
Não assim
Escolhi reclamar
Escolhi assistir
Escolhi perceber
Escolhi amar
Escolhi ser amada
Escolhi deixar ser
Não escolhi ser manipulada
Não escolhi ser outra qualquer
Escolhi ser
Ser o que for
Seja lá o que
Ser
Escolhi ser
E apenas ser
Ser todas as coisas
Todas as coisas que me deixarem ser
Escolhi o amor
Escolhi o mundo
O mundo de coisas
Onde não se mede forças
O mundo da natureza
Onde tudo se respeita
Onde o ruim
O ruim é aquele que vai contra
O que lhe cabe
Eu
Só fico com o que me cabe
E o que me cabe
É ser.
17 de fevereiro de 2009
É tudo uma questão de ponto de saída.
Como eu poderia não ama-la? Logo eu, que sempre que sinto saudades de ti, busco nos livros suas palavras que me acalmam e me inebriam: é você clandestina de mim que vive sem que eu a conheça, mas a sinta. É você Clarice, minha dona, invisível guia dos meus olhos: é você meu absurdo abstrato. Não sei e sei de onde vem tudo isso: é que estamos em comum acordo. Somos ambas claras e bruscas. Clareamos e escurecemos as essências intimas dos seres humanos: o nosso eu. Não quero ser você, longe de mim querer ser Deus: dá muito trabalho. Não me canso de ti, mas me canso sempre de mim e fico dias na cama a fim de que forças me cheguem. Sou tão má escritora que não sou capaz de contar estórias como fez você. Sou tão má escritora que não sou capaz de criar personagens: não sei dividir e dar nomes a coisas minhas.
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