17 de fevereiro de 2009

É tudo uma questão de ponto de saída.

Como eu poderia não ama-la? Logo eu, que sempre que sinto saudades de ti, busco nos livros suas palavras que me acalmam e me inebriam: é você clandestina de mim que vive sem que eu a conheça, mas a sinta. É você Clarice, minha dona, invisível guia dos meus olhos: é você meu absurdo abstrato. Não sei e sei de onde vem tudo isso: é que estamos em comum acordo. Somos ambas claras e bruscas. Clareamos e escurecemos as essências intimas dos seres humanos: o nosso eu. Não quero ser você, longe de mim querer ser Deus: dá muito trabalho. Não me canso de ti, mas me canso sempre de mim e fico dias na cama a fim de que forças me cheguem. Sou tão má escritora que não sou capaz de contar estórias como fez você. Sou tão má escritora que não sou capaz de criar personagens: não sei dividir e dar nomes a coisas minhas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sabe que eu gosto pacas da Clarice... Nao a li tanto quanto vc, mas "A hora da Estrela" é para mim um dos livros mais intensos e mais humanos que já vi... Pra mim, só ela e o Saramago sao assim... Aliás, vc poderia ler algo dele... Tenho certeza que iria gostar ;-)
Bjosss.