8 de outubro de 2011

Sinceramente...


Como dizer isso sem fazer de forma clichê ou vazia?

Às vezes eu penso “nossa, minha vida tá uma droga há ‘x’ tempo, quando isso vai acabar?” Depois eu penso que talvez ela tenha sido sempre assim. Ou talvez eu confunda e tome o imóvel pelo movente e assim, perco a continuidade, as lacunas ficam vazias. Lacunas estas que devem ser de insatisfação? Provavelmente eu nunca saberei. O que resta saber é o que sempre restou, o que realmente importa quando pensamos a vida, a própria vida?

Tenho certeza dos meus esforços, dos desafios, das dificuldades diárias em levantar da cama e como é horrível ter aversão a luz do dia. Parece que todos os esforços, todos, todos até hoje, todos em vão. Todos os esforços se resumem a nada. Logo em seguida repenso: não é verdade. E então, por que esse sentimento de fracasso constante? E por que as pessoas ficam se fechando tanto?

Um monte de gente diz: Sacha, você se expõem demais às vezes; Sacha, você é muito transparente; Sacha, você confia muito rápido em alguém; Sacha...
Sacha querida, amada, clara. Não é só o me recusar, recusar esse sistema, essa sociedade em que nasci, essa cultura anacrônica: é simplesmente não compreender. Como pessoas acordam e vivem 30, 40 anos de uma vida de 70 fazendo coisas que não suportam? Sério, para mim, essas pessoas que tem problemas.

Eu posso não ter dinheiro, eu posso não acordar todo o dia e ter um emprego, eu posso não ter habilitação para dirigir, posso não ter roupas caras, posso não dinheiro para comer no restaurante que quero. Mas no fim, no fim eu prefiro não ter  nada disso mesmo, prefiro não ter nada se tudo isso significar abdicar de cada segundo que vivo, que sinto, que é. Prefiro, ainda assim, ser a Sacha criticada, escrachada, julgada, mal amada, que tenta todos os dias o seu melhor. Que ama tanto que não pode suportar qualquer reprovação. Mas as pessoas nunca vão acreditar, porque a maior parte delas está ai, incorporada por essa cultura da desconfiança e da incredulidade.

Eu ainda prefiro ser eu, com toda a minha gastrite porque permito todo mundo me deixar nervosa, chorar o dia todo, desacreditar para reacreditar. Se eu não fosse assim, não seria eu. Seria qualquer outra pessoa que existe no mundo e isso não é teimosia, isso é se permitir, permitir ter a personalidade que tem, sem deixar de melhorar a cada dia. Pedindo desculpas compulsivamente, se achando culpada sempre, querendo o melhor a cima de tudo.

Não importa como a história acaba, se a história acabar sendo verdadeira até o fim.

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