30 de novembro de 2006

Falsária


Todas as chances que você já teve de ficar calado e disse. Esse momento é como se você dissesse. Eu me calo, porque nunca digo nada descente. Eu abaixo a cabeça em um gesto de respeito ingrato. Não faço parte dessas coisas que nos cercam. Fico muda por alguns instantes, todos estranham. Justifico dizendo ser assim: caçoam de mim. Não são normais as coisas que vejo e pré-sinto, mas isso nunca fez muita diferença às outras vidas. Não faço distinções e, no entanto sou tão extinta e falsamente procurada, que me perco.
Um rosto médio, uma fala frígida e longa. Cabelos deslizantes e olhar nada atraente. Todas as ocasiões inadequadas e pessoas inesperadas. Tudo se resume a isso. Não faz sentido que pertença a esse todo mundo. Não faz sentido que exista. Logo me basta: Nada.



...assim é a vida.

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