14 de abril de 2006

Claridade contínua

>>Escuta: Minha irmã falando
>>Pensa: É, vai dar
>>Sente: Ar raro efeito
>>Sonho do dia: Ter menos preguiça


Eu olhei pro lado sem intenção e vi. Na hora fiquei sem reação depois engoli e ficou anestesia por dentro. Passou onze dias da tua vinda e eu continuei na minha órbita natural sem se quer pensar em mudar o rumo. Não parei de estudar por sua causa, nem de beber água e ir ao banheiro. Não deixo de dizer baixinho às minhas amigas que as amo e dar risada alta no meio da aula, porque essa sou eu. Fui ao local, data e hora marcada, mas você com desculpa de chuva forte não apareceu pro meu adeus. Já são dez horas e eu não sei se vão me deixar sair pra ver gente e rir mais alto. E eu mantive todos os cortes em carne viva e eles continuam expostos pro povo e eu nem ganho moedas por isso. Talvez eu não mereça apenas migalhas, mas gargalhadas agudas e verdadeiras como as minhas. Porque eu sei que apesar de você e todos os outros não me quererem e só garotinhos da mesma idade que eu e mais ingênuos do que uma garota de três anos, eu mereço uma vida digna de mim mesma.