16 de dezembro de 2005

Isso é escrever

>>Escuta: Vero - Maria Rita
>>Pensa: Estou ouvindo demais essa música :P
>>Sente: Dor de cabeça
>>Sonho do dia: Comer chocolate



Não tenho dó de mim ou dos meus pensamentos tão conturbados. Não tenho medo de dizer que amo, na minha terra isso é bonito e não sinônimo de vergonha. Não vou mudar agora, assim do jeito que tu acha que será. E não vou desistir de sonhar, mesmo que cuspam em mim, não vou deixar de acreditar. Chamem-me de burra, de coitada, podem dizer o que quiserem, isso já não me importa mais. Essa futilidade, essa beleza padronizada, isso não me atingi mais. Tu podes me achar uma nova hipócrita maluca, contraditória, metida à escritora, também não me importo. Nesse exato momento do fato a única coisa que me exige a atenção e é claramente preocupante é a minha vida a mim. É como quero ou não levar minha velhice adiante. É como eu acho que faz nexo ou não toda essa coisa do meu exagero crônico na veia. Fico imaginando como todo esse branco da folha me incomoda e como essas declarações de amor me deixa zonza. Foi o meu tempo de admirar, admirar os seres humanos por eles serem essas coisinhas fabricadas e todos padronizados. Eu fujo da regra, me incluo nos sem padrões. A minha vida fictícia faz muito sentido a mim, os meus valores me faz muito sentido. As cores fazem muito sentido junto às palavras e músicas, tudo faz muito sentido. Mas essa mania de padronizar, a mim não convence. Não gosto de coisa organizada, nem da loucura dos terráqueos de quererem tudo sempre igual. Talvez eu não seja mesmo desse time daqui. E nem de nenhum outro time e queres saber? Eu também não ligo a mínima. Não sei onde tudo isso vai parar e nem se um dia hei de crer em tudo o que escrevi. Claramente pra mim, aqui sei que nada basta além de fatos. Quando se tratar de verdades ou mentiras, deixe comigo, me encarrego de fabricar as minhas. Poupo o seu trabalho do padrão.E me sinto péssima quando não sei se tomei uma atitude certa. E lhe digo, só quero escrever sem saber porque, escrever o que vier à veneta. E quero dizer a todos que um dia me disseram que eu os esqueci: não me esqueço de ninguém. E quero dizer também que meus dedos às vezes gelam e ai me dá cada vez mais vontade de escrever e eu não sei porquê. Mas sei que sou capaz de interromper minha criação pra conversa rápida. Quis lhe dizer hoje, ontem e mais em alguns dias atrás umas coisas, que nem eu sei bem exatamente o que. Acho que queria dizer abertamente sobre o que sinto por ti, mas os meus tombos não permitiram, me fechei. Não sei se fiz bem, mas agora que comecei, continuo a guarda-los para mim. Mas só queria dizer que me sinto bem com você, de uma forma geral, direta e feia, é isso: me sinto bem com você. Isso também não quer dizer que lhe ame, ou que eu queira sentir o gosto do teu perfume. Não quer dizer que quero que tu também sintas isso, não precisa. Só quer dizer que gosto de tua companhia. Um certo dia desses, eu estava imaginando como seria nós dois juntos. Será que sairia bonito no retrato? Besteira minha, sei que tudo é passageiro, mas gosto de ficar mudando os rotos dos retratos, gosto de imaginar coisas, mesmo que sejam assim, simples besteiras de uma mente que não tem nada demais interessante pra pensar. Ou que não quer ter, pois tem medo do que pode surgir. Ma no fundo é só uma mente esperançosa que quer dar certo e ao mesmo tempo sabe que não vai dar, nunca vai. Escrevo porque sou trouxa e todo o trouxa escreve, porque é tão insaciável que precisa de papel para as palavras que transbordam. Escrevo porque descobri que quando escrevo mostro que sou menos burra do que aparento e mais idiota do que se pensa. E como todo o escritor, escrevo pra dizer as coisas que sinto de uma forma que só eu mesmo entenda na esperança que alguém entenda, mas sempre temendo o entendimento. Porque se entender, é porque não conseguir disfarçar tão bem tudo o quero dizer. E devo disfarçar para não assustar mais do que assusto.


Muito acontecimentos? Talvez.