18 de fevereiro de 2005

E eu, pensando longe, inventando problemas...

>>Escuta: Sonhei com Elvis ontem a noite - Carbona
>>Pensa: Por que os bonitos tem mais crédito?
>>Sente: Que bom, que bom
>>Sonho do dia: Sei lá, não sei mesmo...rs


É, eu dei mesmo o meu melhor, eu tentei. Pra que sonhar se nada será real? Pra que amar se nunca serei amada? Sei lá, gosto dessas duas coisas. Eu sei que não faz a menor diferença, sei que é inútil imaginar como seria outra vida, e o pior de tudo é que sei. Se faço o que faço um motivo tem, não gosto de coisas feitas sem motivo, nem de pessoas que são o que são sem motivo.
Era mesmo tarde, era de fato caótica minha mente e eu sei que não vou conseguir, ou vou? Não, eu não sei. Se isso faz alguma diferença pra você, então irei dizer-te: Não sei o que fazer. Não sei o que pensar, que passo tomar, que palavras executar e que trajeto percorrer.
Não sei se você pensou nas coisas que me disse, não sei se você gosta mesmo do jeito que disse que gosta, não sei se você sabe os motivos causados. Eu sei que errei e também sei que acertei mais que você, que tentei mais, que lutei mais, que sonhei mil vezes mais. É tudo meio estranho por aqui, as pessoas, o clima, a vegetação, o ar raro efeito e essa curiosidade que me invade. É tudo meio, medonho.
Tento ter esperanças nulas e que se anulam cada vez mais nesse descompasso do tempo que não sabe se vai ou se fica. Quase ninguém me premia pelas palavras. Acho que elas talvez não sejam tão belas e fortes assim, nem tão convincentes.
Queria que estivéssemos todos juntos, caros amigos. Queria poder sonhar daquela forma tão ingênua como de antes, porque agora os sonhos que habitam minha mente insana também são infectados por essa insanidade fora da realidade.
Mas já foi o tempo dos lamentos, já passou a fase das desculpas e das idas e vindas. Juro que às vezes não sei o que faço, juro que prometo me lembrar do que digo, juro não mais chorar assim.
E logo se vai, logo se perde o sonho, logo se esquece do que falei, talvez eu finja querer o que tenho, não sei se o que sinto é o que quero sentir ou é o que de fato sinto. Não sei se você vai gostar de saber do que falei. Eu que presto tanta atenção e dou tanto valor aos gestos, palavras e atitudes dos seres, no entanto, os meus tão esquecidos, tão perdidos na mente deles.
Sou tão deturpada nas palavras esquecidas por aqueles que dizem coisas fortes, mas sem nenhum motivo ou fundamento. Lamento, apenas lamento, lamento por mim, pelo mundo e por tudo. Por tudo ser assim, tão incompreensível. Ninguém perguntou para o Incompreensível se ele gostaria de se explicar, da mesma forma que ninguém me perguntou se eu gostaria de ser qualquer outra garota fora essa tão triste e pensativa, ninguém me perguntou, ninguém se importou.


Estudo Errado
Gabriel, O Pensador

Eu tô aqui Pra quê?
S erá que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
T ô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que éinflação
- Ué não te ensinaram?
- Não.
A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama
(Ah, deixa eudormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção?
Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!!
(...) Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz"
(matou o presidente?)
Não. A aula Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô
(Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Refrão
Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio
Onde a ganância aexploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...


...Letra phódona, ele é muito Phódão!