>>Pensa: Nada se repete
>>Sente: Quente por dentro e frio por fora
>>Sonho do dia: Apagar
Cesar, Twingo e Eu antes de começar o show do The Queers no Hangar 110. Dia, 21/11/2004
Leio besteiras, digo bobagens e faço com que cada dia mais eu possa dizer o meu nome mais nítido. Ontem teve festa, ontem teve algum ar hipocrisia, ontem teve alegria, ontem teve o que só aquele dia podia ter.
Às vezes me sinto em um barco, às vezes me sinto em um navio, às vezes nem me vejo. Não, eu não gosto de desrespeito nem de vandalismo, não gosto de falsidade ou de mendigagem. De frigidas válvulas do coração, não gosto de gente sem coração. Não sei viver sem sentir tudo isso que sinto diariamente, não sei por quanto tempo mais irei viver, não sei por quanto tempo mais irei saber. Não sei se amanhã vai amanhecer.
Estive pensando em como esse ano passou sem que eu me desse conta, em como as flores caíram e brotaram sem que eu me desse conta, como o vento foi frio e quente, como a chuva foi e voltou...
Não percebi como perdi e como ganhei, de quanto vivi e aprendi, de como é estranho e vertiginoso observar. Não, não deve ser fácil voar assim como não é fácil sonhar e realizar. Deve ser horrível e febril perceber a vida surgir de dentro de você, acho lindo e medonho. Poder me dá medo. Acho que deve ser por isso que prefiro não acreditar na existência de Deus. Gosto mais de dons e talentos. Gosto mais de agir e tentar se alegrar em tempos de tristeza.
Ontem usei vestido e franja, mas nem assim fiquei com cara de menina, acho que eu acredito tanto nessa coisa de ser humano e não de sexo que até a minha aparência ficou acima do meu sexo. Não pareço e nem gosto de parecer com ninguém.
As fábulas não me pertencem, nem as verdades dessa vida de holocaustos e frascos de veneno. Não sou poeta, nem escritora, sou alguém que propaga idéias e sentimentos que precisam ser decifrados com o Código Da Vinci.
Lá fora só fará frio se teu coração for frio, e lá fora sempre será quente se em teu coração sempre couber amor e compreensão. Faz tempo que lacrimejo e vejo além dos montes verdes a esperança da vida. Faz algum tempo que canto em busca de minha face perdida, não faz mais sentido chorar. As minhas unhas podem estar esverdeadas, mas isso não é importante se houver células tronco. Não me importo se você implorar, mas não viva implorando viva de além e de sonhos altos. “E isso não deve ser assim, tão ruim...”
***Punk Rock Purple